"Se você não sabe para onde seu negócio está indo, qualquer caminho o levará a lugar nenhum."

A mar não está prá peixe... grande ou pequeno.

A seguir, matéria veiculada no jornal O Estado de São Paulo que, embora focada na Restoque, holding da Le Lis Blanc, tem algumas considerações que valem para a maioria das empresas de moda voltadas para as classes A/B.
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Le Lis Blanc sente as dores do crescimento

Empresa quase dobra número de lojas, mas dificuldade de firmar novas marcas acende luz amarela de analistas sobre suas ações

22 de outubro de 2012 | 7h 06
FERNANDO SCHELLER - O Estado de S.Paulo
Nos corredores da sede da Restoque, dona da marca de roupas Le Lis Blanc, o clima entre funcionários não lembra nem de longe o glamour das campanhas da empresa com astros de Hollywood ou os flashes de colunas sociais que tomam conta dos coquetéis de inaugurações de lojas - só na primeira quinzena de outubro, seis novas unidades foram abertas. No meio do caminho de sua forte expansão, a Restoque se deparou com algumas pedras, que se traduziram em um prejuízo de R$ 12,8 milhões no segundo trimestre e em posteriores ajustes de custos, que incluíram a demissão de mais de 300 funcionários no mês passado.
O problema da Restoque é que nem todas as apostas no rápido crescimento deram o retorno inicialmente planejado. Pode ser apenas um soluço temporário - pelo menos é o que aposta a maioria dos analistas ouvidos pelo Estado -, mas foi o suficiente para acender a luz amarela do mercado financeiro, que vinha tratando a empresa do fundo Artesia como uma espécie de "queridinha" do varejo nos últimos dois anos. Entre as instituições que reduziram a perspectiva das ações da Restoque de "acima da média" para "em linha com o mercado" estão a consultoria Raymond James e o banco JP Morgan.
Um conjunto de fatores levou a Restoque a contabilizar custos extraordinários de R$ 6,8 milhões entre abril e junho, o que colaborou para levar a empresa ao resultado negativo e a contrariar as expectativas do setor financeiro, que projetava um pequeno lucro. A companhia sofreu com atrasos em aberturas de shopping centers, superdimensionamento do número de atendentes nas lojas e também teve dificuldades na logística, que ficou dividida após seu centro de distribuição ter sido atingido por um incêndio em maio do ano passado.
Esses problemas se somaram a um momento difícil no mercado de moda para a classe A e B, segundo o consultor Edson D'Aguano. "A Le Lis Blanc está no grupo de marcas que concorre com as compras feitas no exterior", diz. "Todo esse segmento teve resultados ruins recentemente. A diferença é que a Restoque publica os resultados, pois é uma empresa aberta."
Na contramão do mercado, em que grupos com capacidade de investir procuram grifes já consagradas para compor seu portfólio - o caso mais recente é a compra da Osklen pela Alpargatas -, a Restoque decidiu chegar a novos universos com propostas próprias que não foram testadas, batizadas de Noir (linha masculina), John John (moda jovem) e Beauté (maquiagem). O resultado, até agora, não foi uniforme. Para a Raymond James, os novos formatos tiveram um "início desequilibrado; bom para a John John e nem tão bom para a Noir".
A Noir é vista como o elo mais fraco da corrente por várias fontes. Nesses primeiros meses da loja, a resistência dos homens a propostas de moda mais inovadoras teve impacto nos números: apesar de o valor médio por compra da Noir ser similar ao da Le Lis Blanc, o giro é bem menor. O faturamento por metro quadrado de loja da linha masculina é 70% inferior ao de sua "marca-mãe" (veja quadro acima).
Repetição. A recente onda de desconfiança do mercado, no entanto, não abala o fundo Artesia, que comprou 85% da Le Lis Blanc em 2008, por R$ 85 milhões. Na época, a empresa tinha 11 lojas próprias e 20 licenciadas. O faturamento era equivalente a pouco mais de um décimo da receita prevista para este ano, que deverá ficar entre R$ 700 milhões e R$ 750 milhões. O sócio da Artesia, Marco Camargo, diz que os analistas já levantaram dúvidas sobre a capacidade de expansão do grupo no passado. Os resultados em um prazo mais longo, no entanto, fizeram bancos e consultorias mudarem de ideia. É o movimento que Camargo espera repetir agora.
Em 2009, quando a Restoque começou a reestruturação que reduziu o número de lojas terceirizadas e triplicou a quantidade de unidades próprias, o mercado também chiou. "Tivemos, como agora, aumento nas despesas administrativas, mas fomos capazes de corrigir ao longo de 2010", lembra Camargo.
Outra aposta que também gerou certa apreensão foi a compra da Bo.Bô em um momento em que a marca se resumia a uma loja-conceito. Hoje, ele ressalta que o próprio mercado vê a loja como um dos pontos fortes da Restoque, já que as consumidoras estão se mostrando dispostas a gastar cada vez mais com roupas da marca.
Embora tenha reduzido a perspectiva para as ações da Restoque, a consultoria Raymond James elogiou a performance da Bo.Bô - as vendas nas mesmas lojas cresceram 39% no segundo trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado. O valor médio por compra também subiu bastante: 30% no período, para R$ 1.053. É um resultado bastante expressivo mesmo comparado à "marca-mãe", que é bem mais conhecida do público em geral. Entre abril e junho, as vendas em mesmas lojas da Le Lis Blanc subiram 3,4%. A Raymond James frisa ainda que as vendas totais não acompanharam a expansão em lojas: no segundo trimestre, a receita líquida subiu 41% na comparação com 2011. A área de vendas, por sua vez, cresceu 51%.
Apesar das ressalvas em relação ao avanço empreendido pela Restoque, analistas afirmam que é cedo para proclamar um veredicto definitivo sobre a capacidade do grupo de ampliar seu público. "Não dá para dizer, por exemplo, se a companhia será ou não capaz de desenvolver uma estratégia de moda masculina", diz Luiz Cesta, analista da Votorantim Corretora. "As operações de varejo geralmente não começam com a utilização máxima da capacidade. Há um certo tempo de maturação, pois o público demora um pouco para se acostumar com uma nova proposta de compra." Segundo Cesta, é preciso esperar pelo menos até o fim de 2013 para chegar a qualquer conclusão precisa.
Redução de custos. Para o ano que vem, o mercado já vê alguns ventos favoráveis para a Restoque. O primeiro respiro será a própria diminuição do ritmo de expansão, que vai se traduzir em custos menores. Neste ano, para aumentar a visibilidade de suas novas marcas, o grupo gastou mais com mídia e marketing, contratando astros como o ator americano Matthew McConaughey - para endossar suas marcas masculina, o ídolo teen Zac Efron para reforçar a linha "teen" e a atriz espanhola Penélope Cruz, para dar aval à marca de maquiagem. Em 2013, com as marcas já na rua, a expectativa é que a necessidade de investimento seja menor.
O próprio sócio da Artesia confirma o pé no freio, embora ressalve que o porcentual do faturamento separado pela Restoque para o marketing de suas marcas é bem inferior ao dispêndio médio de grandes grupos de luxo internacionais. "Em média, nosso gasto é de 3% da receita líquida. No grupo francês LVMH chega a 16%", compara Marco Camargo. "Neste ano, com a abertura das lojas, chegamos a 4,5% da receita. Em 2013, devemos voltar à nossa média."
O número de lojas também vai crescer de maneira mais discreta, até para não canibalizar unidades existentes. "Não vejo a Le Lis Blanc com mais de 150 lojas, pois seu público está mais nos grandes centros", calcula o analista da Votorantim Corretora.
Camargo diz que a Restoque deverá abrir entre 40 e 50 lojas em 2013 - isso incluirá o relançamento da Rosa Chá, de roupas de praia, que o grupo comprou da Marisol em julho. O empresário admite que a Restoque aprendeu algumas lições em 2012 que servirão para melhorar o planejamento futuro em recursos humanos e gerenciamento de estoques, por exemplo. "É natural. O processo de crescimento sempre gera certas ineficiências."

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A CRISE SEGUNDO EISNTEIN

“Não pretendemos que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor benção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ficar “superado”.
Quem atribue à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais aos problemas do que às soluções. A verdadeira crise, é a crise da incompetência. O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar as saídas e soluções fáceis. Sem crise não há desafios, sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um. Falar de crise é promovê-la, e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la”
Albert Einstein

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Year After

Depois do período de gastança, movido pela renúncia tributária e parcelamento a perder de vista, chegou a hora de "pagar a conta". A matéria a seguir, ilustra muito bem a situação atual do consumo e dos consumidores, no Year After.
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Alto endividamento afeta vendas do varejo, diz IBGE
11 de julho de 2012 | 10h 28 - DANIELA AMORIM - Agencia Estado

RIO - As medidas tomadas pelo governo para estimular o consumo não estão surtindo efeito nas vendas do varejo, segundo Reinaldo Pereira, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O volume de vendas do varejo caiu 0,8% em maio ante abril. Mesmo o índice de média móvel trimestral, que reduz a volatilidade do indicador, se reduziu de 0,3% no trimestre encerrado em abril para 0,0% no trimestre encerrado em maio.

"O governo vem tentando resolver o problema da crise da mesma forma como enfrentou em 2008 e que deu certo. Só que agora tem um ingrediente que não tinha antes, que é o alto nível de endividamento do consumidor. O que os economistas dizem é que dessa vez a saída não é consumo, é investimento", afirmou Pereira.

Na avaliação do pesquisador, além do comprometimento de renda das famílias, o quadro de desaceleração da economia também afetou o humor para o consumo.

"Essa queda nas vendas na margem está de acordo com a atual conjuntura de uma desaceleração na atividade econômica. A indústria já apresentou dados de queda. As projeções para o PIB já vêm caindo, já se fala em crescimento de 2%, tem analista falando até em 1,5%. Então, não é um quadro que se estava esperando, que era que em 2012 a economia iria deslanchar. Isso não aconteceu", lembrou Pereira.

No entanto, o IBGE ressalta que o resultado não pode ser encarado como uma tendência de inflexão nas vendas do varejo, por ser um indicador volátil. Na comparação com maio de 2011, ainda houve aumento de 8,2% nas vendas em maio deste ano.

"Nos últimos doze meses, a taxa de juros vem se reduzindo, houve aumento de salário, o emprego permaneceu forte. Então, essas variáveis vêm se mantendo estáveis e contribuem para esse crescimento de 8,2%", explicou Pereira.
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